
A internação para viciados em jogos é indicada em casos graves, quando o indivíduo perde o controle sobre o tempo dedicado ao jogo, sofre prejuízos sociais, financeiros e de saúde, e precisa de um ambiente protegido para iniciar a recuperação.
O que é o vício em jogos
- Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como gaming disorder, o vício em jogos é uma dependência comportamental que afeta cerca de 1% a 2% da população.
- Pode envolver tanto jogos eletrônicos (videogame, celular, computador) quanto jogos de azar (cassino, apostas esportivas, bingos).
- Os sintomas incluem: perda de controle, isolamento social, abandono de atividades básicas (alimentação, sono, higiene), prejuízos acadêmicos e profissionais.
Papel da internação
- A internação oferece um ambiente controlado e seguro, afastando o paciente dos estímulos que alimentam o comportamento compulsivo.
- Permite acompanhamento intensivo por uma equipe multidisciplinar (psiquiatras, psicólogos, terapeutas), que desenvolve um plano individual de tratamento.
- É recomendada quando há compulsão severa, perdas financeiras significativas ou associação com outras dependências (como álcool ou drogas).
Abordagens terapêuticas
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento que levam ao jogo excessivo, ensinando estratégias para lidar com estresse e impulsos.
- Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): trabalha a aceitação de emoções sem recorrer ao jogo como fuga.
- Desintoxicação mental: período de afastamento total dos jogos, geralmente em internações de cerca de três meses.
- Atividades de reabilitação: práticas esportivas, grupos de apoio e oficinas que estimulam novos hábitos saudáveis.
Benefícios da internação
- Redução do risco de recaídas.
- Reestruturação da rotina e criação de novos interesses.
- Apoio contínuo para reinserção social e familiar.
- Maior chance de recuperação duradoura quando comparada a tratamentos ambulatoriais em casos graves.
Conclusão
A internação para viciados em jogos não deve ser vista como punição, mas como um recurso terapêutico essencial para quem perdeu o controle sobre o comportamento de jogar. Assim como na dependência química, o tratamento exige disciplina, acompanhamento profissional e apoio familiar.
